Igreja Evangelica Tabernaculo de Cristo
R. Tucano 69
Portal Laranjeiras
Caieiras -Sp

Pastor Responsavel:

Ademario Bezerra Torres

Cultos:

Terça Feira: 19:30
Quinta Feira: 19:30
Domingo: 18:00




quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O que significa servir a Jesus? Lucas 10:57-62 Jesus sempre falou em parábolas para os seus discípulos, e a todas as pessoas que passaram pela sua vida, e nos deixou essas parábolas para que nela refletíssemos e soubéssemos o seu alcance em nossas vidas. Quando Jesus diz que: Quando alguém disse para Jesus, seguir-te-ei onde queres que vá, Jesus respondeu, As raposas tem seus covis, e as aves do céu ninhos, mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. O que Jesus quis expressar nestas palavras? Estava dizendo, não vim a este mundo para ter glórias, terrestres, ou seja, não tenho onde morar, sou humilde, sou despretensioso das coisas terrestres, estou aqui de passagem para servir. 1-Trazendo as palavras de Jesus para nós temos a dizer que assim como ele não podemos ter laços e raízes com as coisas deste mundo, coisas materiais, ou seja, aqui tudo é passageiro, nada nos pertence, aquilo que temos aqui não são coisas nossas, pois estamos aqui somente de passagem como Jesus, temos as bênçãos recebidas dele, ele dá ou tira quando quiser, portanto concluímos, que nunca tenha nada como exclusivamente seu, mas divida com o seu próximo, se Deus te deu, ele te deu para que reparta com alguém. 2-Jesus nos deu uma lição de humildade: Jesus poderia ter nascido e vivido em um palácio, em pompa e glória, mas nasceu em uma manjedoura, viveu forasteiro de sua terra quando seus pais tiveram que fugir para o Egito, mas se ele era o filho de Deus, porque teve que passar por todas essas coisas? Deus não tinha o poder de vida ou morte sobre os malfeitores, e assim livrar o seu filho único que veio a esta terra para cumprir uma missão importante, salvar a humanidade? Mas tudo o que aconteceu foi para o nosso ensino: Isto vem mostrar-nos que mesmo sendo servidores de Cristo temos dificuldades a vencer, temos obstáculos que se sucedem no meio do caminho, ou seja, a caminhada é difícil para aquele que serve a Deus. Em I Timóteo 6:7 ele nos adverte: Nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele. Portanto devemos e podemos ser prósperos, mas não amantes dessa prosperidade, pois tudo que amamos acima de Deus é pecado. 3- No versículo 59 Jesus disse a uma pessoa: Segue-me e ele disse a Jesus: Senhor deixa primeiro enterrar o meu pai. Ora pai é algo muito próximo, e parte de nos, e aquele que nos deu a vida, abaixo de Deus, porque Jesus diria, não vá enterrar a seu pai, já que era costume da época, as pessoas lamentarem e chorarem aos seus mortos? Jesus diz deixa os mortos enterrarem os seus mortos Ora Jesus esta dizendo em parábolas, ninguém é maior que mim, ou seja, as coisas deste mundo passa, o pai a mãe, o marido a mulher, o namorado a namorada, a carreira, mas o que fica é quem faz a vontade de Deus. Ou seja, todas as coisas estão abaixo das coisas celestiais, a prioridade desta vida primeiramente é servir a Deus, o resto tudo é conseqüência. 4- No versículo 61 Outro diz a Jesus: senhor, eu te seguirei, mas deixa-me primeiro despedir dos que estão em minha casa. O que Jesus disse: ninguém que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o Reino de Deus. Ora o que isto quer dizer? O que é o arado? È aquilo que se ara a terra, você ara a terra, sempre olhando para frente, não pode olhar para o lado, nem para trás porque pode sair eira que se ara, e cortar as plantas. O que significa não olhar para trás quando se ara? .Olha aquele que começa a servir a Deus, deve servi-lo e não ter nenhuma desculpa, ou seja, olhar para trás significa ainda estar apegado às coisas do mundo, aquilo que fazíamos antes de nos convertemos não podemos voltar a fazê-lo, Deus não é Deus da opção, mas é o Deus prioritário, é O Deus, dono da sua vida, do seu caminhar, ele jamais pode ser deixado do lado, ou preterido por outras coisas. 5- Jesus disse em outra passagem: João 12:25 : Em verdade em verdade vos digo que se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer fica só. Mas se morrer produz muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, mas quem odeia a sua vida neste mundo, guardá-la-á para a vida eterna. O que significa isto? O grão de trigo tem que morrer, para dar muito fruto. Significa que devemos morrer para este mundo para gerar frutos para Deus, como o trigo que cai na terra e morrendo a semente, nasce a planta e dá fruto. Mas se a semente permanecer na terra, o que acontece? Nada não brota e conseqüentemente não produz. Trazendo para a vida espiritual Fica só, ou seja, não é digno de herdar a vida eterna. Temos que ser a semente do trigo que cai na terra brota cresce e dá muito fruto para Deus. Jesus disse: A árvore que não dá fruto é cortada e lançada no fogo, ou seja, para nada serve. De nada servimos para Deus se não formos árvores que dá frutos, ou seja, dar frutos espirituais, para Deus, ou seja, ter o espírito Santo de Deus em nossas vidas, servir a Deus em boas obras, guardando seus mandamentos que é o penhor para a vida eterna. Portanto, Sejamos, pois arvore que dá fruto, o trigo que nasce e floresce, e nunca o trigo que permanece na terra e fica só. Sejamos amantes de Deus e do seu filho Jesus Cristo, colocando-o sempre em primeiro lugar nas nossas vidas e acima de todas as coisas. Para encerrar com as palavras de Jesus ditas em João 12:25- Quem ama a sua vida perdê-la-á , mas quem odeia a sua vida neste mundo, guarda-a para a vida eterna. Aquele que quiser ganhar a vida eterna deve renunciar esta vida terrena, ou seja, não priorizar esta vida terrena acima da vida espiritual. Tenha sempre Deus em primeiro luga, produza os frutos espirituais que te conduzirá a vida eterna.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Genuino Culto Pentecostal

O culto é uma das mais belas e antigas formas do homem expressar sua devoção, gratidão e adoração a Deus.
A Bíblia é o maior manual litúrgico em circulação. É nela que encontramos a principal fundamentação para a prática do culto cristão. A falta de conhecimento desta fundamentação, aliada ao descaso ou desinteresse quanto ao desenvolvimento histórico do culto, tem conduzido cristãos e igrejas a se privarem de todas as bênçãos e privilégios deste tão solene ato, como, também, ao desvio da simplicidade, verdade e espiritualidade, que sempre marcaram esta prática cristã. Em muitos lugares, a formalidade, a desordem e a irreverência, têm transformado o culto num mero encontro de pessoas, quando deveria, antes, ser um encontro de pessoas com Deus.
O CONCEITO DE CULTO CRISTÃO
Conceituar "culto cristão" será o primeiro passo em direção ao presente estudo. Vários pesquisadores, estudiosos e teólogos já propuseram as suas definições. Observemos algumas delas: “[...] é o encontro da comunidade com Deus” (KIRT, 1993, p. 12 apud FREDERICO, 2005, p. 20)
A definição acima implica que Deus é quem convida o seu povo a se reunir em dia, horário e local determinado. Dessa forma, Frederico (idem) declara que “se é Ele quem convida, temos certeza de que Ele não faltará a este encontro: ‘onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estarei (Mt 18.20)’”.
Por conseguinte, ainda segundo a autora, o culto não é:
- Uma reunião qualquer, como a de uma associação de moradores de um bairro, em que as pessoas interessadas discutem os problemas comuns ou planejam diversas atividades para o bem do grupo ou da organização;
- Um show, como se vê na televisão, com atrações variadas, apresentações pessoais e coletivas, com um apresentador famoso tentando ganhar pontos no Ibope através de seu desempenho, diante de seus espectadores passivos e satisfeitos com a programação;
- Um momento para se prestar homenagens a personalidades, nem para comemorar e celebrar qualquer data comemorativa do calendário secular;
- Uma obrigação semanal, onde a ausência no mesmo pudesse implicar em algum tipo de punição ou cobrança;
- Uma reunião secreta, repleta de mistérios, envolta em ritos não-compreensíveis, embora possa haver cerimônias que não sejam entendidas por aqueles que não frequentam com regularidade a comunidade cristã local.
Outras definições de culto podem ser encontradas em White (2005, p. 14-24). Em sua intenção de examinar as várias maneiras como os pensadores cristãos falam sobre culto, em seu estudo comparativo, entendeu que a melhor maneira de se entender o significado de um termo é observando-o em seu uso cotidiano. Dessa forma, foram observados os posicionamentos de pensadores protestantes, ortodoxos e católicos. Para White, as variações do uso do termo não se excluem, antes, ao se sobreporem, cada uso acaba acrescentando novas percepções e dimensões, se complementando.
Escrevendo a partir da tradição metodista, o professor Paul W. Hoon contribuiu de maneira bastante significativa através de seu livro The Integrity of Worship, publicado em 1971, afirmando que o culto cristão se relaciona diretamente com os eventos da história da salvação. Cada evento nesse culto está ligado ao tempo e a história enquanto cria pontes para eles e os traz para o nosso atual contexto. O culto seria um lugar onde Deus age para dar sua vida ao ser humano e para conduzir o ser humano a participar dessa vida. Haveria certa interação entre Deus e o homem, onde o primeiro comunicaria seu próprio ser ao ser humano, tendo por parte do segundo uma atitude responsiva. Entre o homem e Deus estaria Jesus Cristo, a auto-revelação do Pai e aquele por quem o Pai recebe nossas emoções, palavras e ações.
Peter Brunner (apud WHITE, p.15-17), teólogo luterano, em sua obra Worship in the Name of Jesus, usa o termo alemão Gottesdient, que tem conotação com o serviço de Deus aos seres humanos, e com o serviço dos seres humanos a Deus. Brunner cita Lutero, que acerca do culto disse: “que nele nenhuma outra coisa aconteça exceto que nosso amado Senhor ele próprio fale a nós por meio de sua santa palavra e que nós, por outro lado, falemos com ele por meio de oração e canto de louvor”. Para Brunner há uma dualidade no culto encoberta por um foco único, que é a ação divina em se nos doar quanto em instigar nossa resposta às suas dádivas graciosas.
Evelyn Underhill, anglo-católica, em seu clássico estudo Worship em 1936, afirmou que “o culto, em todos os seus graus e tipos, é a resposta da criatura ao Eterno.” Outras características do culto cristão seriam o seu condicionamento pela crença cristã, pela crença sobre a natureza e a ação de Deus resumidas no dogma da trindade e da encarnação e em seu caráter social e orgânico, o que faz do culto um empreendimento coletivo, e nunca solitário.
O professor ortodoxo Georg Florvsky, enfatizou que “O culto cristão é a resposta dos seres humanos ao chamado divino, aos prodígios de Deus, culminando no ato redentor de Cristo”. Para ele, como cristão precisamos da comunidade, visto que a existência cristã é essencialmente comunitária. O culto seria uma das manifestações da vida cristã comunitária, onde em resposta à obra de Deus passada e presente, manifestações de louvor e adoração sinalizam um grato reconhecimento pelo grande amor e pela bondade redentora de Deus.
As idéias de Florvsky foram reforçadas por um outro teólogo ortodoxo, Nikos A. Nissiotis, através da declaração de que “O culto não é primordialmente iniciativa do ser humano, mas ato redentor de Deus em Cristo por meio do seu Espírito”.
O “culto cristão”, sob uma perspectiva pentecostal, poderia ser definido como: O ajuntamento solene da Igreja, com fins de adorar a Deus mediante a liturgia, associada aos elementos comuns de cada cultura popular ou denominacional, aberto a livre manifestação da ação e dos dons do Espírito com decência e ordem (1 Co 14.26, 40).
OS TERMOS UTILIZADOS PARA DEFINIR “CULTO”
Na Bíblia encontramos alguns termos usados para definir “culto”. São eles:
- ‘abida – Termo hebraico que originalmente significava trabalho, ritual, adoração. Os usos dessa palavra em Esdras se referem ao trabalho feito na reconstrução do templo em Jerusalém (Ed 4.24; 5.8; 6.7),bem como as atividades em geral de sacerdotes e levitas, as quais, em associação com o ritual e a adoração espiritual (Ed 6.18), constituem serviço a Deus (Ex 3.12; Dt 6.13; 11.13; Sl 100.2).
- Latreia – Substantivo grego, usado nas diversas situações de um trabalho ou serviço assalariado. Posteriormente foi incorporado à prática cristã de cultuar, ou seja, prestar um serviço a Deus, adorá-lo (Mt 4.10; Rm 12.1).
- Proskunein – Termo grego que no AT significava “curvar-se”, tanto para homenagear homens importantes e autoridades (Gn 27.29; 37.7-10; I Sm 25.23), como para adorar a Deus (Gn 24.52; 2 Cr 7.3; Sl 95.6). No NT denota exclusivamente a adoração que se dirige a Deus (At 10.15-26; Ap 19.10; 22.8-9).
- Leitourgia – A palavra é originária do grego. Literalmente, significa serviço público (leitos=público, Ergon=trabalho). Conforme Andrade (Manual da Harpa Cristã, p. 19)

Na Antiga Grécia, o termo era usado para designar uma função administrativa num órgão governamental. Desde sua origem, por conseguinte, a liturgia tem uma forte conotação com o serviço que os súditos devem prestar ao rei. O termo passou, com o tempo, a designar o culto público e oficial da Igreja Cristã. Hoje, é definido como a forma pela qual um ato de adoração é conduzido.

Esses termos nos ajudam a perceber a natureza e o caráter do culto cristão.
FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA DO CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
É no Antigo Testamento que encontramos as primeiras referências ao culto:
- O Culto na Família (Gn 4.1-5; 26; 8.18-21; 13.1-4; Ex 12.1-21; Dt 6.4-9; 11.18-21). As primeiras narrativas bíblicas que envolvem o culto se dão na família. Em Gênesis 4.3-5 lemos sobre o culto na dimensão pessoal, onde o que cultua, aquele que é cultuado e o elemento oferta estão presentes. Este primeiro episódio nos ensina um princípio que vai nortear todo o culto no Antigo Testamento, e que servirá de base para o culto no Novo Testamento: A aceitação do culto depende primeiramente daquilo que o Senhor percebe na vida (interior e exterior) daqueles que prestam o culto (Is 1.10-17). Da vida pessoal, o culto no Antigo Testamento avança para a vida familiar (Ex 12.1-21), comunitária e nacional. A rigidez cerimonial é marcante a partir deste período.
- O Culto no Tabernáculo (Ex 25-40). Com a construção do tabernáculo, em pleno deserto, Deus começa a preparar o povo para um culto no nível comunitário, com elementos e uma liturgia marcada por muitos elementos simbólicos. Além dos cultuadores, do cultuado e das ofertas, temos agora presente um espaço litúrgico definido, e os ministros/sacerdotes com uma função mediadora. No Pentateuco vamos encontrar também o estabelecimento de várias festas cerimoniais, que possuem um papel comemorativo e pedagógico, visto que lembram eventos passados e que servem de base para a exortação das novas gerações (Lv 23).
- O Culto no Templo (2Sm 7.1-17; I Rs 6-8). Já estabelecidos na terra prometida, é sobre o reinado de Davi que a construção do templo é idealizada (1 Cr 22.6-19). Com o templo, um sistema de organização é estabelecido para que em nada o culto seja prejudicado. Neste sistema estão presentes os levitas (1 Cr 23), os sacerdotes (1 Cr 24), os cantores (1 Cr 25), os porteiros (1 Cr 26) e os tesoureiros (1 Cr 26.20-28).
- O Culto na Sinagoga. Não encontramos menção no Antigo Testamento sobre o culto na sinagoga. Conforme Packer, Tenney e White Jr. (1988, p. 82): “O mais provável é que os judeus exilados criaram a sinagoga quando se reuniam para orar, cantar, e discutir a Tora enquanto viviam em terras estranhas. Depois que voltaram do Exílio, fizeram da sinagoga uma instituição formal”.
Observamos desta forma, que o sistema cúltico no Antigo Testamento se tornou ao longo dos séculos bastante organizado, complexo e formal. Percebe-se ao longo da narrativa bíblica, que quanto mais o povo se afastava de Deus, menos significativo ficava o culto. Esse descaso do povo para com Deus, sua Palavra e o culto culminou com a destruição do próprio templo (2 Rs 25.8-18).
FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA DO CULTO NO NOVO TESTAMENTO
O culto no Novo Testamento recebeu forte influência da sinagoga, assimilando muitos de seus elementos, para posteriormente estabelecer uma característica própria. Não encontramos no Novo Testamento nenhum manual litúrgico ou tratado sistemático sobre o culto cristão. Apesar disso, Harpprecht (1998, p. 120-121) nos aponta três relevantes passagens a seu respeito:
- Mt 8.20: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Nesse texto se destacam a acessibilidade livre e generosa do Senhor Jesus, que se permite ser encontrado pela comunidade cristã onde e quando quiser, além da comunidade reunida em seu nome ser p sinal por excelência da presença de Deus entre nós.
- 1 Co 11.24 e 25: “e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim”. Reproduzindo as palavras de instituição da Ceia, Paulo nos escreve oferecendo mais um aspecto da fundamentação bíblica para o culto cristão: Deus quer que sua comunidade se encontre com ele. Para possibilitar tal desejo, um rito foi instaurado.
- At 2.42-47: Esse texto descreve sucintamente a vida da igreja em Jerusalém, onde se pode observar o destaque dado ao ajuntamento dos crentes e ao partir do pão, indicando que a celebração da Ceia era um ato cúltico bastante frequente: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singileza de coração [...]” (v. 46).
As condições iniciais da formação da Igreja, associada à falta do espaço litúrgico cristão, fizeram que com as reuniões fossem celebradas nas casas (At 2.46b; 16.40; 20.20; Rm 16.5; I Co 16.19; Cl 4.15, etc.), nos pátios do templo judaico (At 2.46b), às margens de rios (At 16.12-15) e em prisões (At 16.25).
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO CULTO CRISTÃO
O desenvolvimento histórico do culto cristão é descrito por Gonzalez (1980, vol. 1, p. 151 a 154), que nos informa do fato de que é através de uma série de documentos antigos preservados até hoje, que temos a possibilidade de saber como os antigos cristãos celebravam a comunhão. Algumas características comuns formaram parte de todas as reuniões de comunhão.
A comunhão era uma celebração. O gozo e a gratidão era uma característica presentes nos cultos. A comunhão era celebrada em meio de uma refeição, onde cada um trazia o que podia. Após compartilharem os alimentos, oravam pelo pão e pelo vinho. No princípio do século segundo, possivelmente em razão das perseguições e das calúnias que circulavam acerca das “festas de amor” dos cristãos, a comunhão passou a ser celebrada sem a refeição em comum. Tal fato não fez cessar o espírito de celebração das primeiras reuniões.
É ainda por esse tempo, que o culto de comunhão constava de duas partes. Na primeira liam-se e comentavam-se as Escrituras (culto homilético), faziam-se orações e cantavam-se hinos. A segunda parte do culto começava geralmente com o ósculo (beijo de cumprimento) santos da paz. O pão e o vinho eram trazidos para frente e eram apresentados a quem presidia. Em seguida, era pronunciada pelo presidente uma oração sobre o pão e o vinho, na qual se recordavam os atos salvíficos de Deus e se invocava a ação do Espírito Santo sobre o pão o vinho. Depois se partia o pão, os presentes comungavam, e se despediam com a benção. A esses elementos comuns, em diversos lugares e circunstância, acrescentavam-se outros.
Nesta época, só podia participar do culto quem tivesse sido batizado. Os que vinham de outras congregações podiam participar livremente, sempre e quando estivessem batizados. Aos convertidos que ainda não tinha recebido o batismo, era concedido assistir à primeira parte do culto, que consistia das pregações e orações. Após esse momento, se retiravam antes da celebração da comunhão propriamente dita.
Desde muito cedo surgiu também o costume de celebrar a comunhão nos lugares onde estavam sepultados os fiéis já falecidos. Esta era a função das catacumbas. As catacumbas eram cemitérios e sua existência era conhecida pelas autoridades, pois não eram apenas os cristãos que tinham tais cemitérios subterrâneos. Mesmo que em algumas ocasiões os cristãos tinham utilizados algumas das catacumbas para se esconder dos perseguidores, a principal razão pela qual se reuniam nelas era que ali estavam enterrados os heróis da fé. Acreditava-se que a comunhão unia, não apenas os crentes vivos e mortos entre si, mas também ao Senhor Jesus Cristo, e aos seus antepassados na fé. No caso dos mártires, existia o costume de se reunir junto a suas tumbas no aniversário de sua morte para celebrar a comunhão. Esta seria a origem da celebração das festas dos santos, que em geral se referiam, não aos seus natalícios, mas sim às datas de seus martírios.
A Igreja, como já observamos, se reunia principalmente nas casas. Com o crescimento das congregações, algumas casas foram dedicadas exclusivamente ao culto cristão. Assim, por exemplo, um dos mais antigos templos cristãos que se conserva, o de Dura-Europo, construído antes do ano 256, parece ter sido uma casa particular convertida em igreja.
A história da igreja teve como um dos seus grandes marcos a conversão de Constantino. No que se refere ao seu impacto sobre o culto cristão, continuaremos a citar Gonzalez (idem, vol. 2, p. 37 a 39), que nos informa que até a época de Constantino o culto cristão tinha sido relativamente simples. No princípio os cristãos se reuniam para adorar em casas particulares. Depois começaram a se reunir em cemitérios, como as catacumbas romanas. No século terceiro já havia lugares dedicados especificamente para o culto.
Após a conversão de Constantino o culto cristão começou a sentir a influência do protocolo imperial. Foi introduzido o incenso, utilizado até então no culto ao imperador. Os ministros que oficiavam no culto começaram a usar vestimentas litúrgicas ricamente ornamentadas durante o mesmo, em sinal de respeito pelo que estava tendo lugar. Surge também o costume de iniciar-se o culto com uma procissão.
Em razão das comemorações dos aniversários da morte dos mártires celebrando a ceia no lugar onde ele estava enterrado, posteriormente foram construídas igrejas em muitos desses lugares. Sem demora as pessoas passaram a pensar que o culto teria significado especial se celebrado em uma dessas igrejas, por causa da presença das relíquias do mártir, ou seja, de parte do seu corpo ou objeto que lhe pertenceu. Os mártires começaram a ser desenterrados para colocar seu corpo – ou parte dele – sob o altar de várias das muitas igrejas que estavam sendo construídas. Simultaneamente, algumas pessoas começaram a afirmar que tinham recebido revelações de mártires, além de lhes atribuir poderes miraculosos. A veneração e a adoração aos santos nascem destas práticas.
As igrejas construídas no tempo de Constantino e dos seus sucessores, nada tinham em comum com a simplicidade dos primeiros espaços litúrgico. Constantino mandou construir em Constantinopla a igreja de Santa Irene, em honra à paz. Helena, sua mãe construiu na Terra Santa a igreja da Natividade e a do Monte das Oliveiras. Muitas outras foram construídas nas principais cidades do Império. Essa política foi seqüenciada pelos sucessores de Constantino. Seguindo a prática dos imperadores romanos, quase todos eles tentaram perpetuar sua memória construindo grandes obras, no caso aqui, igrejas suntuosas. Praticamente todas as igrejas construídas por Constantino e seus sucessores mais imediatos desapareceram. Documentos por escrito e restos arqueológicos nos restaram para formarmos uma idéia da planta comum destes templos. E como padrão estabelecido no século IV perdurou por muito tempo, outras igrejas posteriores, que existem até os dias de hoje, ilustram o estilo arquitetônico da época.
A forma típica das igrejas de então, porém, é chamada “basílica”, e já era usado para designar os grandes edifícios públicos e privados – que consistiam principalmente de um grande salão com duas ou mais filas de colunas. Uma vez que tais edifícios serviram de referência e modelo para a construção das igrejas nos séculos quarto e seguintes, estas receberam o nome de “basílicas”.
CORRESPONDENTES DO CULTO CRISTÃO NA TRADIÇÃO CATÓLICA
Conforme já observado, as mudanças acontecidas nos primeiros séculos da história da igreja influenciaram não somente a estrutura dos templos, como também a liturgia do culto. É exatamente neste período que se desenvolve a missa com todo o seu ritual e elementos litúrgicos, que enfatizaram a estética e a pompa dos cultos, não sendo suficientemente capazes de manterem a verdadeira espiritualidade da adoração à Deus.
Segundo Champlin (1991, vol. 4, p. 303), o termo missa vem do latim. Comumente aplicado à eucaristia [termo derivado do grego eucharistia, “agradecimento”, passou posteriormente a significar a cerimônia da ceia, por parte do catolicismo ocidental. A origem do nome é incerta, mas os eruditos supões que vem das palavras latinas, Ite, missa est, “Ide, estais despedidos”, que o diácono pronuncia no fim da cerimônia [...].
O fundamento teológico católico para a missa, resume-se nas palavras do Concílio Vaticano II:

Por ocasião da última Ceia, na noite em que foi traído, nosso Salvador instituiu o sacrifício eucarístico de seu corpo e de seu sangue. Ele fez isso para perpetuar o sacrifício da cruz através dos séculos, até que ele volte, tendo confiado à sua amada Esposa, a Igreja, um memorial de sua morte e ressurreição, um sacramento de amor, um sinal de unidade, um vínculo de amor, um banquete pascal no qual Cristo é consumado, a mente é cheia de graça e nos é dada uma garantia de glória futura (Concílio Vaticano II apud CHAMPLIN, idem).
O CULTO CRISTÃO E A HERANÇA REFORMADA
A Reformar Protestante pode ser caracterizada por uma mudança na doutrina, na vida e no culto. Lutero proclamava a rejeição da missa romana, dentre outras razões, pelo fato de contradizer a sã doutrina e enaltecer a mera formalidade do culto, desassociando-o do seu verdadeiro propósito.
A missa no papado deve ser considerada a maior e mais horrível abominação, porque ela entra em conflito direto e violento com o artigo fundamental [de Cristo e fé]. Contudo, acima e além de todas as outras, ela tem sido a suprema e mais preciosa das idolatrias papais [...] Visto que tais abusos múltiplos e indescritíveis tenham surgido em toda parte pela compra e venda de Missas, seria prudente passar sem a Missa, mesmo que não fosse por outro motivo senão o de cortar tais abusos (LUTERO, 1647, cap. XV.iii apud GOFREY, 1999, p. 156).
Assim como Lutero, João Calvino censurou veementemente a prática da missa romana:
Quando Deus levantou Lutero e outros, que ergueram uma tocha para nos iluminar a entrada ao caminho da salvação, e que, por seu ministério, fundaram e ergueram nossas igrejas, estavam em parte obsoletos aqueles cabeçalhos doutrinários nos quais está a verdade da nossa religião, aqueles nos quais a salvação dos homens está inclusa. Mantemos que o uso dos sacramentos estava de várias maneiras viciado e poluído. E mantemos que o governo da Igreja estava convertido numa espécie de tirania infame e insuportável (CALVINO, 1960, p. 167 apud GOFREY, 1999, p. 157).
A partir da Reforma Protestante, com o advento do denominacionalismo, surgido em razão de divergências doutrinárias, o culto cristão passou a ter dentro de cada denominação evangélica, uma liturgia própria, influenciada por fatores culturais e doutrinários. Apesar desta diversificação litúrgica, o culto cristão geralmente contém os seguintes elementos; a oração, a música, a leitura da Bíblia, o ofertório, a explanação da palavra e a bênção apostólica.
LITURGIA DO CULTO CRISTÃO NAS IGREJAS PENTECOSTAIS
Nas igrejas pentecostais o culto cristão, nas suas variadas formas, dependendo da finalidade do mesmo (oração, doutrina, ação de graças, Santa Ceia, Ordenação de Obreiros, etc), a principal característica é a livre manifestação dos dons espirituais e das expressões espontâneas da comunidade.
Basicamente, as reuniões acontecem da seguinte forma:
- Abertura com uma oração realizada pelo dirigente do culto, ou por alguém por ele delegado;
- Cântico de hinos do hinário oficial (Harpa Cristã);
- Cânticos de hinos por grupos, conjuntos musicais, corais e solistas;
- Leitura Bíblica, feita com a congregação em pé, seguida de oração;
- Recolhimento dos dízimos e das ofertas, geralmente acompanhado por um cântico;
- Pregação ou ensino da Palavra, costumeiramente seguido de apelo;
- Agradecimentos e avisos gerais;
- Oração final;
- Bênção apostólica;
Os elementos acima nem sempre seguem a sequência descrita, podendo ter diversas variações dependendo da denominação e da região onde o culto é celebrado. Não há uniformidade rígida na liturgia pentecostal.
MODISMOS LITÚRGICOS INTRODUZIDOS NO CULTO CRISTÃO PENTECOSTAL
A negligência para com o ensino teológico promoveu alguns males nas igrejas pentecostais, dentre as quais as Assembleias de Deus, onde a vulnerabilidade para modismos doutrinários, teológicos e litúrgicos é notória. Observemos uma breve lista que envolve algumas inovações (ou imitações do movimento neopentecostal):
- Cultos de “milagres” (inclusive nos círculos de oração) com nomes ou desafios específicos (As fogueiras santas, As voltas em Jericó, A travessia do Mar Vermelho, Os mergulhos no Rio Jordão,etc.);
- Os cultos semanais da vitória, da conquista, do milagre, da restituição, etc.
- As determinações e decretos nas orações públicas (teologia e liturgia triunfalista);
- O modismo do "eu profetizo" e do “eu determino” dos pregadores e nas pregações;
- A vergonhosa barganha dos dízimos e ofertas, fundamentada na teologia de alguns televangelistas que difundem a distorcida teologia da prosperidade e da vitória financeira com as suas semeaduras descabidas, com o cínico propósito de manter status e impérios pessoais em nome da pregação do Evangelho.
CONCLUSÃO
Apenas uma fundamentação genuinamente bíblica, associada ao propósito de somente glorificar a Deus, pode estabelecer, promover e restaurar o verdadeiro culto critão, e no caso aqui, os praticados nas igrejas pentecostais, e de forma mais específica, na Igreja Tabernaculo de Cristo.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO

ÊX 25.8-9; 31.1-11

1. O projeto de Deus para a construção do Tabernáculo foi transmitido a Moisés, quando ele estava conduzindo o povo de Israel à terra de Canaã, terra esta que fora prometida aos patriarcas Abraão, Isaque, Jacó. Devemos lembrar que a palavra "tabernáculo", vem do termo hebraico "Nkvm" – mishkan, que significa "lugar de moradia", "habitação". O tabernáculo nada mais era do que uma tenda, construída de madeira, metais e cortinas. Seria um local de onde dali para a frente, Deus se faria presente no meio de seu povo, para trazer-lhe as instruções e revelações de sua vontade.

2. O Tabernáculo é também chamado de "tenda da congregação" (dewm lha - 'ohel mow`ed), Êx 27.21; Êx 28.43. Quando olhamos um pouco mais atrás na história do êxodo, iremos observar que o Senhor até então, esteve junto de seu povo numa coluna de nuvem e de fogo, Êx 13.21-22, "21 O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. 22 Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite". Dali para a frente, porém, o lugar da revelação de Deus ao seu povo, seria exclusivamente na tenda da congregação. Seria neste local, que de agora em diante, o Todo-Poderoso falaria a Moisés e consequentemente ao seu povo, transmitindo-lhes as leis e os princípios de obediência à sua vontade soberana.

3. Quando Moisés subiu o Monte Sinai, dentre as instruções divinas dadas ali, estava a instrução para a construção do Tabernáculo. O modelo dado a Moisés deveria obedecer em detalhes o projeto a ele revelado no monte, Êx 25.8-9, "8 E me farão um santuário, para que eu habite no meio deles. 9 Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis". Podemos afirmar com toda certeza que o principal objetivo de Deus ao ordenar a construção do Tabernáculo era fixar residência, morar junto ao seu povo.

4. Não devemos achar que esta construção foi por acaso! Ao olharmos atentamente para o tabernáculo, juntamente com todos os seus compartimentos, móveis, utensílios, etc., certamente iremos observar que além dele haver sido o local da presença constante de Deus no meio de seu povo, ele tem também uma representação simbólica. Ele representa nosso corpo, que hoje é o "santuário de Deus", 2 Co 6.16, "...Pois nós somos santuário de Deus vivo, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo". Representa também o Tabernáculo Eterno, a Nova Jerusalém, que será a morada definitiva de Deus como o Seu povo, Ap 21.2-3, "2 E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo. 3 E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles".

1. Sabemos que o Tabernáculo era divido em três partes. O Átrio, o Lugar Santo, e o Lugar Santíssimo. O Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, eram separados por uma cortina dependurada por colchetes, que em nossas versões é chamada de "véu" (tkrp - poreketh). Vejamos alguns detalhes destas partes:

a) O Átrio. Neste local podiam ficar apenas os israelitas declarados cerimonialmente puros. Sabemos que alguns judeus e principalmente os gentios eram considerados "impuros", "profanos" e por esta razão não podiam participar das cerimônias religiosas. Já a mulheres, pela própria cultura dos hebreus eram discriminadas e não podiam cultuar a Deus juntamente com os homens. Por esta razão ficavam fora dos compartimentos sagrados. Todas estas barreiras foram derrubadas por Cristo, Gl 3.26-28, "26 Pois todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. 27 Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. 28 Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus". Era no Átrio que ficava a Pia e o Altar do Holocausto. Todo ritual de sacrifício acontecia ali.

b) O Lugar Santo. Este lugar é local onde os sacerdotes oficiavam perante o Senhor. O Lugar Santo é também chamado nas Escrituras de "Primeiro Tabernáculo", ou "Primeira Tenda" Hb 9.6, "Ora, estando estas coisas assim preparadas, entram continuamente na primeira tenda os sacerdotes, celebrando os serviços sagrados". "Dentro do Lugar Santo, havia a "Mesa com os Pães (por dentro no topo); o Castiçal (por dentro no fundo); o Altar de Incenso (no meio); o Véu (no meio, ao lado esquerdo do centro) separava o Lugar Santo da sala mais interna".(2)

b) Lugar Santíssimo, ou Santo dos Santos. Também chamado de "Segundo Tabernáculo", ou "Segunda Tenda", Hb 9.7, "...mas na segunda só o sumo sacerdote, uma vez por ano, não sem sangue, o qual ele oferece por si mesmo e pelos erros do povo". Correspondia à "sala interna, para o lado ocidental (o lado esquerdo) era chamado o Santo dos Santos, aonde somente um homem (o sumo sacerdote) podia entrar uma vez por ano; este era o lugar onde a glória e a presença de Deus residia sobre a Arca da Aliança".(3)

2. Como já mencionamos, o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, eram separados por uma cortina divisória, o véu, Hb. 9.1-4, 1 Ora, também o primeiro pacto tinha ordenanças de serviço sagrado, e um santuário terrestre. 2 Pois foi preparada uma tenda, a primeira, na qual estavam o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; a essa se chama o santo lugar; 3 mas depois do segundo véu estava a tenda que se chama o santo dos santos, 4 que tinha o incensário de ouro, e a arca do pacto, toda coberta de ouro em redor; na qual estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha brotado, e as tábuas do pacto".

3. Não podemos nos esquecer que esta cortina (véu), rasgou-se de alto a baixo no momento em que Jesus "rendeu o espírito", Mc 15.37-38, "37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. 38 Então o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo". Tal fato nos mostra que na morte de Cristo ocorreu o rompimento das leis e tradições judaicas, onde todos os sacrifícios foram extintos, também ficando extinto o sacrifício de animais pelos pecados. Dali para a frente, somente um sacrifício seria reconhecido por Deus, ou seja, o sacrifício de seu Filho Unigênito, Jesus Cristo.

1. Quando olhamos para a estrutura do Tabernáculo que era composto de três compartimentos, o Átrio, o Lugar Santo e o Santíssimo Lugar, tal fato nos faz lembrar de que como seres humanos, somos também compostos de três partes importantes, ou seja, o corpo, a alma e o espírito. Queremos ver quais os simbolismos que podem ser aplicados a partir desta comparação:

a) O Átrio - representa o nosso corpo. Trata-se da parte externa, onde a presença de Deus era menos sentida e a ação do pecado consequentemente mais visível. Sabemos que nosso corpo atual, em virtude de sua corrupção, não poderá herdar o Reino de Deus. Ele precisará ser transformado pelo Senhor, ou por ocasião do Arrebatamento da Igreja, 1 Ts 4.17, ou na ressurreição dos justos quando levantaremos do pó num corpo glorificado, 1 Ts 4.16. Paulo fala com clareza da transformação de nosso corpo corruptível, num corpo incorruptível, veja 1 Co 15.51-53: "51 Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados, 52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53 Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade".

b) O Santo Lugar - representa nossa Alma. Sabemos que a alma é a sede do raciocínio, dos pensamentos, da vontade. É em nossa alma, a parte intermediária entre o corpo e o espírito, que nossos projetos humanos são tramados, elaborados, para serem postos em ação através do corpo! Porém sabemos que nossa alma também está corrompida pelo pecado, e precisa ser restaurada pelo Senhor, para pensarmos e agirmos de acordo com Sua vontade. Através da ação da Palavra de Deus em nós, nossa alma é restaurada e ai sim, teremos pensamentos e ações que condizem com o propósito de Deus para nós. O escritor da Carta aos Hebreus nos informa que "... a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração". Somente através da ação da Palavra de Deus em nós, nos cortando, nos penetrando profundamente é que poderemos discernir corretamente nossos "pensamentos" e "intenções" do coração, para desta maneira levarmos uma vida cristã que agrade ao Senhor.

c) O Lugar Santíssimo - representa nosso espírito. O espírito é a parte mais interior do homem e é através dele que podemos nos envolver com Deus e manter comunhão com Ele. "O ESPIRITO nos dá consciência de Deus e é através dele que nos relacionamos com o Altíssimo".(5) Esta verdade é clara quando Jesus disse à mulher samaritana, que a verdadeira adoração somente pode ser realizada, quando ela ocorre através de um entrelaçamento entre o espírito do homem e o Espírito de Deus, Jo 4.23-24, "23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24 Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade". No Édem, para que o homem pudesse relacionar-se de maneira completa com o Criador, Deus colocou dentro dele a Sua "imagem e semelhança", Gn 1.27, "Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". Acreditamos que esta "imagem e semelhança", não poderia jamais ser na parte física do homem, uma vez que Deus é Espírito e é somente em espírito que o homem poderia ser parecido com Ele. Porém, assim como o corpo e a alma foram danificados e destruídos pelo pecado, assim também, nosso espírito foi danificado e destruído pelo mesmo pecado. Agora ele também precisa ser restaurado por Deus, para voltarmos a ter novamente comunhão com Ele. Em relação a esta restauração do espírito humano, podemos citar os seguintes textos:

c.1. Restauração Profetizada, Ez 36.26-27, "26 Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. 27 Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis".

c.2. Restauração Pelo Novo Nascimento, Jo 3.5-6, "5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus 6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito".

c.3. Restauração Para Viver no Espírito, Jo 7.38-39, "38 Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. 39 Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado".

2. Um outro símbolo envolvido no Tabernáculo, e que não deve ser desprezado é o que se aplica à Nova Jerusalém, da qual o Tabernáculo terreno, a Tenda da Congregação, foi apenas uma réplica, uma sombra. Acreditamos que a Nova Jerusalém celestial, será o Tabernáculo perfeito e eterno, onde Deus habitará para sempre com seu povo, Ap 21.3, "E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles". Alguns fatos importantes que podem nos servir de comparação ou contraste:

a) Enquanto que no Tabernáculo terreno a presença de Deus era apenas temporária, e se restringia exclusivamente ao Lugar Santíssimo, na Jerusalém Celestial a presença de Deus inundará todos os lugares e será permanente, para sempre, Ap 21.22-23, "22 Nela não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. 23 A cidade não necessita nem do sol, nem da lua, para que nela resplandeçam, porém a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. Deus estará ocupando o "Trono", e não mais o Santo dos Santos, Ap 22.3, "Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão".

b) Enquanto que o Tabernáculo servia como ponto de encontro do povo com Deus, que os recebia mediante os sacrifícios de bodes, carneiros, rolinhas, etc., e isso através de um mediador – o sacerdote, na Nova Jerusalém Celeste, teremos apenas um encontro com Deus e estaremos para sempre na Sua presença, gozando eternamente a redenção completa, que foi realizada por um único sacrifício, o sacrifício do Filho de Deus, que satisfez todas as exigências da lei, possibilitando a nossa morada eterna com o Senhor, Hb 10.12, "...mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus".

3. Assim, chegamos ao final de nossas considerações sobre o Tabernáculo, bem como sua simbologia. Esperamos que você aplique estas verdades em sua vida, para desfrutar de um melhor relacionamento com Deus em Sua Palavra!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - 3° TRIMESTRE/2011

A Lição Bíblica da CPAD do 3º Trimestre/2011 terá como tema "A Missão Integral da Igreja - Porque o Reino de Deus está entre vós".

Comentarista: Pastor Wagner Gaby Consultor Doutrinário e Teológico: Pastor Antônio Gilberto

Os assuntos semanais serão: 1. O Projeto Original do Reino de Deus 2. A Mensagem do Reino de Deus 3. A Vida do Novo Convertido 4. A Comissão Cultural e a Grande Comissão 5. O Reino de Deus Através da Igreja 6. A Eficácia do Testemunho Cristão 7. A Beleza do Serviço Cristão 8. Igreja - Agente Transformador da Sociedade 9. Preservando a Identidade da Igreja 10. A Atuação Social da Igreja 11. A Influência Cultural da Igreja 12. A Integridade da Doutrina Cristã 13. A Plenitude do Reino de Deus

A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.